13 de outubro de 2011

Sonho real. Eu vou acordar!


Mesmo após 5 meses longe, ainda sinto saudades.
Essa noite sonhei de novo que estava visitando minha (ex) obra. Esse sonho tem se repetido vez ou outra e sempre é a mesma coisa (dentro do sonho): chego ao lugar, vejo as pessoas que lá permaneceram, vejo as pessoas que assumiram minha função, e meus olhos se enchem de lágrimas. Alguns me perguntam “por que você saiu?”, outros dizem “você faz falta”, outros falam “se te mandaram embora é porque alguma coisa aprontou”. E eu fico ali, tentando ser simpática com todos, tentando não demonstrar que isso ainda me faz mal, tentando ainda entender o por quê.
Quando penso nisso, vejo que continuo achando estranho, mesmo sabendo que nada acontece por acaso nessa vida, que não cai uma folha de uma árvore sem que Deus permita...Continuo levando minha vida normalmente. Ter saído de lá me trouxe muitas vantagens também, coisas maravilhosas aconteceram e ainda irão acontecer devido a essa mudança.
Mas o fato é que fiquei traumatizada. Hoje não penso mais em trabalhar numa empresa que não seja a minha, porque o mundo corporativo é difícil. Você pensa que está fazendo tudo certo, você gosta do que faz, você faz tudo com um amor absurdo, apesar das dificuldades impostas, você se doa como nunca. Você não é repreendido por ninguém, então tem a certeza de que está no caminho certo.
Você começa a conviver com uma pessoa, você percebe essa pessoa, suas qualidades e seus defeitos. Você conversa, expõe suas impressões e seus objetivos para com ela. Você escuta o que ela tem a lhe dizer. Você tenta. Você passa por cima das suas convicções para continuar vivendo em harmonia e por um bem maior, que não só o seu, mas o da organização que paga seu salário. O tempo passa e quando a situação fica insuportável, quando você já esgotou todas as suas forças e seus argumentos, você recorre aos seus superiores. Além de relatar o que está errado, você comprova com documentos. Ouve de um: “Prá mim você está certa. Por mim essa pessoa está fora!”. De outro escuta: “Fica calma, nós vamos resolver essa situação da melhor forma, para te dar uma melhor condição de trabalho.” O que você pensa diante disso? Ok, tudo será resolvido.
Parte disso se cumpre. A pessoa que está prejudicando você e a empresa é demitida. Você se sente aliviada, mas não se sente feliz. Porque não queria que as coisas tivessem chegado a esse ponto. Porque se coloca na situação do outro e fica triste com o fato de ele ter que perder seu emprego por não ouvir nem mudar quando foi solicitado. Você sabe que fez tudo o que era possível para que as coisas dessem certo.
Depois disso você começa a (pre)sentir que o clima está estranho. Você pergunta para um e para outro: “Quer me falar alguma coisa?”, e ouve um “não”. Diante disso, renega seu coração e sua intuição (que está te avisando algo) e continua seu trabalho da melhor forma, como sempre o fez. Você confia quando as pessoas dizem que irão te ajudar no que for preciso. Você divide tarefas com novos ocupantes da nave, você passa seus métodos, você aprende coisas novas, você se sente segura de novo. E então num belo dia, aquela pessoa que disse que ia melhorar sua condição de trabalho pede ao RH da empresa que providencie sua rescisão de contrato. Aquela outra que estava dividindo o trabalho com você no dia-a-dia te demite. Tenso.
Você respira fundo, o choque é grande, mas na hora você fica meio anestesiada. Você estava mesmo muito cansada, física e psicologicamente. Você pensa: há males que vem para o bem. E pega suas coisas, e ainda deixa tudo explicadinho para a outra, diz se há alguma pendência a ser resolvida, deixa tudo em ordem, etc. Sem estresse, sem escândalo, sem mágoa.
Os dias passam e você tem burocracias a resolver com essa empresa. Passado isso, a sua rotina não muda muito, pois o teu trajeto ainda é o mesmo. Você continua levando teus filhos para a escola, passando pelos mesmos lugares, nos mesmos horários, vendo as mesmas pessoas. A diferença é que antes ia para o trabalho e agora volta para casa. Você tem mil vantagens por não estar presa numa sala, mesmo assim sente saudades...
Essa é minha vida, esse é meu clube, essa sou eu!

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