24 de agosto de 2009

Em que mundo nós estamos?


No post anterior eu tinha dito que acompanhar novamente os passos dos meus filhos tinha agora outra magia, outro gosto. Minha veia poética me faz divagar às vezes sobre temas nada simples, como o ser mãe. Mas o que tem acontecido ultimamente com meus filhos não têm nada de poesia...só vendo.

Meu gurizinho, no alto de seus recém completados 9 anos têm me desafiado bastante. Como se fosse brincadeira de esconde-esconde, ele foge de mim. Não só de mim, mas de casa mesmo. E não tem nada de legal nisso. Dia desses, depois de ele muito pedir, liberei-o para andar de bike num parque próximo à minha casa. Isso eram 16h e o combinado era ele voltar às 18h. Você estava aqui nesse horário? Pois é, nem ele. Chegou aqui – pasmem!- às 23h. Eu estava doida a essa altura, ninguém imagina o quanto. Fui à delegacia de polícia, fui ao hospital, entrei em contato com o conselho tutelar para que o procurassem pela cidade (coisa que eu já estava fazendo havia horas), e também gravei entrevista para a televisão, que iria ao ar no jornal local no dia seguinte, caso ele não aparecesse até lá. Graças à Deus não houve a necessidade, pois ele apareceu, com a cara mais normal do mundo, dizendo que estava na casa de um amigo. E detalhe: o amigo veio junto com ele e foi para casa sozinho, depois de eu interrogá-lo e descontar parte de minha raiva nos dois.
Todas as minhas sensações durante esse sumiço foram as piores possíveis. Fiquei tentando, em vão, não pensar no pior. Agora, depois de alguns dias passados do episódio, fico me perguntando: ser mãe é padecer no paraíso?

Minha mais velha, aos 13 anos de idade, começou agora a se interessar por meninos. Começou agora a pedir para ir à casa de amigas, passar a tarde conversando, enfim, coisas normais para a idade. Ela é uma menina tranqüila, que me conta tudo, ou quase tudo, então eu confio bastante nela. Acontece que dia desses, dando uma olhada no seu Orkut, e é bem raro eu fazer isso, dou de cara com uma foto dela na casa da amiga, e um cachimbinho escondido atrás...andou fumando narguila, ou narguile, ou narguilé, sei lá. O que importa é que eu tomei um sustão! Aí esqueci de comentar, porque na hora que eu vi ela não estava em casa, então não pude falar nada. Mas dias depois ela me perguntou se eu já tinha fumado isso. Eu mereço, né? Eu sou a pessoa mais careta que eu conheço. Odeio droga, álcool, cigarro. Fiquei chocada, irritada. Dizem que esse negócio não é droga. Porém algo que é para ser fumado não deve fazer nada bem. Fui pesquisar e achei várias informações a esse respeito, e elas não me deixaram nada satisfeita. Foi muito ruim ter visto essa foto e ter ficado sabendo disso, pois eu preferia que esse fato não tivesse acontecido. Mas já que aconteceu, bom dar uma conversada a respeito e tentar pôr freio n’algumas coisas. E novamente eu pergunto: ser mãe é padecer no paraíso?

Dizem que filhos crescidos dão ainda mais trabalho. Sempre achei que isso fosse mito. Mais trabalho do que já tive em noites mal-dormidas, agüentando criança chorando, criança doente, criança internada em hospital, criança manhosa? Mais trabalho que ter que lavar um monte de fraldas à mão, e mais todas as outras roupinhas, amamentar (inclusive quando o bico do seio racha, sangra e dói demais), cuidar, ensinar, educar...tudo isso é muito trabalhoso, mas realmente, ainda tem mais, muito mais.

Minha caçulinha tem 5 anos. Estou curtindo ao máximo, pois essa é do baralho! É uma figura carimbada, você não imagina. Se agora ela está na fase de dar só alegria, não quero nem pensar no que será mais para a frente. Porque ela já é questionadora, personalidade forte, já apronta até...aff...não quero nem pensar...

Tem sido exercício constante aprender com essas coisas. Como eu sempre afirmei, e agora tenho cada vez mais certeza: o ser humano é imprevisível. Cada cabeça, uma sentença. E ter filho se torna um grande desafio porque, mesmo que você tente incutir uma coisa naquela pessoinha desde bebê, quando crescer ela terá o seu pensamento, as suas convicções, e só nos resta entender que um filho é uma pessoa, com personalidade própria. Não é nada fácil chegar a essas conclusões.

Enfim...ser mãe é mesmo padecer no paraíso? Alguém aí pode responder?

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