Ciclos começam e se encerram. Assim é a vida. E depois desse
post anterior, em que disse que talvez iria fazer um outro blog, menos pessoal,
não tive vontade de fazê-lo, tampouco de escrever neste aqui sobre minha vida.
Então estou aqui agora, para fechar mais esse ciclo. Meu diário virtual, em que
por alguns anos vim contando minhas coisas como se conversa com uma amiga na
sala de estar, está “fechando as portas”.
Sempre gostei de escrever coisas felizes e importantes da
minha vida, mas ultimamente não tenho tido motivos para escrever, pois:
- mesmo tendo mudado de cidade, ainda sinto saudades do meu
antigo emprego, e não tem um só dia que não pense nisso. Já faz 1 ano que fui
demitida e ainda não superei isso. #prontofalei! Como dizem em relação ao coração,
que só se cura a dor de um amor que se foi com outro, pode ser que quanto ao
trabalho também seja assim. E só vou descobrir isso quando estiver em outra
empresa, ano que vem, que é quando estarei disponível para o mercado de
trabalho novamente. Enquanto isso, vou vivendo minha “fossa corporativa” e seja
lá o que Deus quiser.
- ando tão decepcionada com as pessoas que nem sei. E isso
não é de hoje, infelizmente. Mas, falando claramente, tá foda! O ano de 2011
foi de decepções mil, de zilhões de lágrimas derramadas, de um sentimento de
abandono tão grande...e que continua, sei lá por que. Confiei em pessoas não
confiáveis, amei pessoas erradas, esperei por coisas que não aconteceram, rompi
com pessoas que faziam parte de mim. Traumatizei! Se fosse a
Samantha-otimista-do-passado que estivesse aqui agora, diria “amanhã vai ser
melhor”, “no fim, tudo se ajeita”, “o tempo é o senhor da razão”. Mas a
Samantha-ressentida-revoltada-decepcionada-e-que-caiu-na-real, enfim, diz: “antes
só do que mal acompanhada, definitivamente” ou grita um “foda-se” bem alto! E vai
vivendo, deixando o tempo passar, sem maiores explicações, sem palavras, sem
comentários. Cansada de “jogar pérolas aos porcos”, de esperar o inusitado. No
mundo real, o inusitado não acontece, surpresinhas legais não existem, carinho,
respeito, admiração e consideração morreram. O descaso e o egoísmo tomaram
conta. A falta de tempo dominou à todos. Não vamos mais regar plantas, nem mandar
uma mensagenzinha qualquer, nem um agradinho nas datas especiais. Os corações
estão endurecidos e, ao longo dos anos, tentei ficar imune à tudo isso, mas
hoje estou jogando a toalha de verdade. Estou descrente das pessoas. Não
consigo mais lutar pelas coisas que acredito, já não tenho forças para isso!
- descobri que eu era mais otimista do que feliz. Foi chato
chegar a essa conclusão, mas eu sou a pessoa mais realista que conheço, e então
essa é a verdade, a minha verdade!
- descobri, infelizmente, que os discursos, de um modo
geral, não condizem com a realidade e isso me entristece. Continuo sendo aquela
menina romântica (em todos os sentidos) que crê no amor puro, sem interesse,
que vive a realidade de maneira plena, que entrega tudo o que tem por dentro sem
medo de ser feliz, que abre o coração, que relata seus defeitos sem pudor.
Apenas não acredito mais que exista alguém nesse mundo que realmente mereça
fazer parte disso tudo, do meu mundo cor-de-rosa. Então vou me guardar um
pouco, enquanto achar necessário, para meu próprio bem.
- quanto à política, à sustentabilidade, à Amazônia, às
fronteiras abertas, ao tráfico de drogas, aos usuários de drogas, à violência
nossa de todo dia, à corrupção em todos os níveis da sociedade, à impunidade, ao
desvio do tão suado dinheiro que pagamos em impostos, ao assistencialismo
exacerbado e sem resultados, à exclusão e marginalização de pessoas de todos os
tipos, e à toda a podridão que estamos enfrentando dia após dia, fica aqui
registrada a minha indignação mais pura, mais forte e mais fiel! Tenho medo de viver
e morrer nesse mundo feio e triste.
Aos leitores de sempre, meu agradecimento.
Fim!